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| Escrito por: Michelli Mortari |
De forma desajeitada ela segurava o guarda chuvas e ajeitava a capa para proteger o pequenino antes de entrar em nosso café. Aqui era apenas um refúgio para bruxas que viviam em meio a trouxas.
Se você pensa que é difícil ser mãe com toda a responsabilidade que é preciso, imagina ser uma mãe que vive escondendo sua magia e temendo que seus filhos se revelem diante do preconceituoso e mortal mundo trouxa.
Mas ela é mãe. E como tal, nada é capaz de medir forças com seu amor. Ela é mãe, e morreria pelo seu filho. Ela lutaria mil batalhas, se jogaria em chamas, nadaria no ártico, se isso significasse que seu filho ficaria protegido. Trouxa, ou bruxa. Uma mãe passa noites insones durante as febres de seus filhos. Ela acorda cedo, mesmo tendo dormido tão pouco, para preparar o alimento, lavar a roupa, arrumar a casa. Ela faz do ponteiros horas a mais. Vive pelo bem do que lhe é mais precioso. Uma mãe sorri com e aplaude a primeira palavra, os primeiros passos. Ela corre e se assusta com os primeiros tombos e o choro a qualquer instante.
Mães são criaturas mágicas e divinas. E aqui, até mesmo quando uma trouxa aparece, ela é recebida, apoiada, protegida. Ser mãe é universal. Não importa de qual marca na rosa dos ventos ela esteja. Nem se possui ou não, poder. Pois magia materna não se restringe a realizar feitos com uma varinha. Mas, a amar incondicionalmente o ser que trouxe à vida.
Não existe um dia perfeito ou especial. Não precisa de uma data marcada em calendário porque ser mãe, é função em tempo integral e eterno.
