'EU FUI ESCALADA COMO UMA NO-MAJ EM ANIMAIS FANTÁSTICOS'

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Hoje foi divulgado mais um texto do Correspondente do Pottermore, dessa vez ele contou sobre todo o processo que precisou passar para ser uma figurante no filme. Confira a tradução do texto feito pela equipe, logo abaixo: 

Colleen Atwood tem três prêmios da Academia e ela já me viu só de roupas íntimas.

Não é como geralmente me visto para encontrar uma lenda da indústria do cinema, mas assim é a vida de um correspondente do Pottermore. Às vezes você tem de falar com pessoas importantes em um sussurro dramático, principalmente de pé, nu no vestiário de um set de filmagem.

Eu foi escolhida para ser uma figurante no-Maj em Animais Fantásticos e Onde Habitam, então estou sendo medida para fazerem uma fantasia, o que significa, coxas, quadris, cintura, peito e altura contados em polegadas e anotados. A figurinista Colleen olha para as medidas, semicerra os olhos e volta com três vestidos vintages da década de 1920 para eu experimentar. O primeiro não fica bem nos meus quadris, o segundo não entra nos meus ombros e o terceiro cabe.

Colleen arruma o decote com alfinetes, sacode minhas mãos para dentro de luvas pretas de couro e coloca um casaco preto enfeitado com pelos sobre meus ombros. Ela olha nos meus olhos apenas uma vez e pisca tão rápido que eu quase não percebo. Como uma figurante, você é uma parte viva e que respira do cenário. Você é disposto cuidadosamente para evocar uma era - nesse caso, a de 1920.

Eu fico parada como um manequim e listo na minha cabeça alguns dos filmes que a Colleen já trabalhou: Chicago. Adoráveis Mulheres. Memórias de uma Geisha. Branca de Neve e o Caçador. Alice no País das Maravilhas. Caminhos da Floresta. Você ficará satisfeito em saber que eu, em hora alguma, perguntei para a Colleen qual era o cheiro do Johnny Depp e se a Catherine Zeta-Jones canta enquanto está sendo vestida.

Uma vez que coloco meus pés vestidos com meia calça comprida dentro de saltos vintage, eu cambaleio para o cabelo e maquiagem. A tenda tem centenas de metros de comprimento e está cheia com filas e filas de figurinos. Há roupa o suficiente lá para vestir cada bruxa, bruxo, auror, melindrosas, No-Majs, vilões e cada personagem bom que a J.K. Rowling escreveu nesse filme. Eu quero experimentar todos os chapéis e sentir alguns dos roupões, mas eu não faço isso. Prometo.

No QG da maquiagem, uma estilista graciosamente aceita seu maior desafio do dia: domesticar meu cabelo comicamente volumoso para um dos anos 1920. Ela me coloca em frente a um espelho iluminado e começa o trabalho, girando mechas para transformar em um coque na minha nuca e criando ondas no topo do meu cabelo. Ela cola três kiss-curls¹ na minha têmpora, testa e ao lado da minha orelha direita. Tudo isso demora 30 minutos, 23 grampos e uma camada espessa de laquê para manter no lugar.

Um maquiador pinta meus lábios cor bordô e minhas sobrancelhas em arcos finos e pretos, e então estou pronta para andar 89 anos no passado para a versão de Nova York desse filme. Eles tiram minha foto de cada ângulo, dessa forma podem recriar o look no dia. Isso antes de eu ser arrastada para um vestiário novamente e ser cuidadosamente despida por uma mulher que, somente hoje, já viu pelo menos 100 figurantes semi-nus usando meias.

De volta aos meus jeans e casaco, eu limpo a maquiagem nas minhas sobrancelhas e deixo meu cabelo cair nos meus ombros em ondas engraçadas, macias e nítidas. No trem de volta para casa, eu encontro dois grampos, os coloco no meu bolso e os guardo para a próxima vez que visitar a Nova York de 1926, quando eu irei desempenhar meu papel nessa história. Prometo te contar tudo sobre.

Até lá...