Os obstáculos de Emma Watson também são nossos

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Na corrida pela justiça, tivemos de derrubar muitos obstáculos para conquistar os nossos direitos. As mulheres não tinham direito ao voto, fomos excluídas da educação, não somos pagas de maneira justa pelo nosso trabalho, não temos voz entre os líderes políticos. A primeira Olimpíada não incluía as mulheres”. Estas são algumas das várias frases poderosas narradas por Emma Watson num vídeo imperdível feito em parceria com a organização Global Citizen, intitulado “Obstáculos”.

Ainda na semana passada, a atriz e atual Embaixadora de Boa Vontade das Nações Unidas foi protagonista de um discurso memorável sobre a igualdade de género, tema ao qual tem dedicado boa parte do seu tempo. Aliás, Emma Watson fez mesmo uma pausa na sua carreira para poder participar mais ativamente nas ações da campanha #HeForShe. Neste último discurso público (podem vê-lo no vídeo em baixo), apelou, entre outras coisas, à igualdade das mulheres e das minorias no meio universitário, frisando que a segurança não se trata de um privilégio, mas sim de um direito.


Embora os temas que Watson aborda sejam totalmente pertinentes e merecedores de vénia pela clareza com que os expõe, há quem insista em criticar e ridicularizar o seu lado ativista. Foi o caso de um repórter do The Sun, que dirigindo-se a Watson tratando-a por Hermione – o nome da sua personagem na saga Harry Potter, escreveu que o seu discurso fora “aborrecido”, que não passava de “uma porcaria de uma choraminguice de esquerda” e que mais valia era ter ido lá fazer truques de magia com sapos. E rematou alegando que a ONU só lhe deu tempo de antena “porque Angelina anda demasiado ocupada com outras coisas”. Enfim, haja paciência para tanta tacanhez e idiotice juntas.

Mas não são bocas foleiras e sexistas que a travam, pelo contrário. Quanto mais lhe apontam o dedo, mais ativa Emma Watson parece estar na luta pela igualdade de género. Este novo vídeo é outro bom exemplo. Tendo como ponto de partida imagens dos Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964, quando a modalidade do pentatlo feminino foi introduzida pela primeira vez nas olimpíadas, a narração feita por Watson explica em pouco menos de dois minutos por que é que todos nós devemos continuar a defender e a trabalhar ativamente para chegarmos a uma sociedade mais par.

O vídeo lembra algumas datas importantes que marcaram o ultrapassar de duros obstáculos, como 1893, ano em que a Nova Zelândia concedeu o direito ao voto às mulheres, mas também algumas barreiras dos dias de hoje que não podem ser esquecidas, como o casamento infantil que afeta 15 milhões de crianças todos os anos ou o facto de 1 em cada 3 mulheres no mundo ainda serem alvo de violência. Num mundo que ainda continua a confundir conceitos como feminismo e machismo, a igualdade é a palavra que definitivamente marca a linha de chegada no fim desta corrida tão simbólica.