Conheça o desenvolvedor que está prestes a lançar seu próprio 'Harry Potter GO!'

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Desde o lançamento de Pokémon GO!, a comunidade de fãs de Harry Potter tem manifestado massivamente o desejo de ver um jogo de realidade aumentada que se passe no universo criado por J.K. Rowling.

Um desenvolvedor eslovaco, no entanto, viu essa oportunidade há pelo menos dois anos. Ondrej Tokar está prestes a lançar Maguss, um jogo para celular em que os jogadores são bruxos e devem explorar o mundo real para duelar com outros jogadores, aprender feitiços, coletar itens mágicos e se habilitar a fazer poções.

Diante da falta de resposta da Warner Bros., que mantém os direitos da marca Harry Potter, para produzir o jogo com os elementos oficiais da saga, Tokar criou seu próprio universo alusivo àquele de J.K. Rowling - e espera, com isso, conquistar os fãs da série sem infringir nenhuma lei de direitos autorais.

Como funciona o Maguss?!


No game, que é gratuito, o jogador interpreta um bruxo que deve explorar o mapa do jogo se movimentando pelo mundo real, para se tornar mais poderoso, acumular conhecimento, encontrar itens e criaturas mágicas, preparar poções e duelar.

Tudo isso é coroado com o aspecto lúdico que um jogo do tipo pede: o acessório principal é uma varinha que se conecta com o celular via bluetooth e custa US$ 25. Quem quiser jogar de maneira mais discreta, no entanto, pode fazer os movimentos que produzem os feitiços usando o celular.


Cada feitiço é produzido usando movimentos específicos que o jogador faz chacoalhando o celular (ou a varinha) - é preciso acertar a ordem e intensidade dos gestos para produzir o feitiço correto.

O vídeo promocional dá uma pista sobre a jogabilidade:

Ao Nexo, Tokar explicou que o jogo está sendo projetado para que seus pontos de interesse, onde são encontrados os itens especiais, sejam distribuídos de maneira igual nas cidades, independente da região ou da densidade populacional.
Esses pontos serão colocados em áreas identificadas como pontos de interesse no Google Maps: lojas, escolas, cinemas, restaurantes, bares ou igrejas entram nessa conta, por exemplo.
De acordo com Tokar, a versão final do jogo deve ser lançada em fevereiro de 2017. No entanto, para completar o projeto, será necessário lançar uma iniciativa de financiamento coletivo, que deve ir ao ar em outubro de 2016. Aqueles que colaborarem com a campanha terão acesso ao jogo em uma versão prévia antes da data de lançamento.
Direitos autorais
A inspiração clara é o universo de Harry Potter, e o criador não esconde isso. Tokar conta que, durante meses, tentou contato com a Warner Bros., que detém os direitos autorais da série. A ideia inicial da equipe era conseguir autorização e os materiais artísticos e, com isso, produzir um jogo oficial.
Mas as tentativas fracassaram. “Queríamos ver a possibilidade de sermos contratados por eles para fazer um jogo oficial, ou quem sabe produzi-lo usando a arte do jogo em uma parceria. Mas nunca obtivemos resposta, então decidimos criar nosso próprio universo”, contou.
O resultado é que Maguss se passa em um universo de fantasia que remete àquele de Harry Potter: tem muitos elementos em comum e referências próximas, mas não copia nenhuma poção, feitiço ou criatura mágica da série. Tudo foi criado pela equipe de desenvolvimento do jogo.
Ainda assim, por precaução, o desenvolvedor explica que parou de fazer associações diretas a Harry Potter na divulgação do jogo nas redes sociais.
A jornada do desenvolvedor
Tokar é um grande fã da série e, depois de uma visita em 2014 aos estúdios em que os episódios de Harry Potter foram filmados, em Leavesden, na Inglaterra, ficou obcecado com a ideia de criar um “gadget”, ou seja, um acessório eletrônico, que possibilitasse duelos de magia no mundo real.
A ideia se transformou no projeto de uma varinha mágica eletrônica que reconhecia os movimentos do pulso do jogador e os traduzia em feitiços, captados então por um sensor na varinha do oponente. Os pontos de cada jogador eram monitorados por um app de celular.
O desenvolvedor contou ao Nexo que passou cerca de um ano tendo aulas de engenharia eletrônica pelo Skype com um colega, desenvolveu o produto e o lançou no Kickstarter, ferramenta de financiamento coletivo, junto com um aplicativo que controlaria os duelos. Mas a campanha fracassou.
“Hoje, eu entendo o porquê. Não tínhamos tempo nem dinheiro para desenvolver melhor a interface gráfica, e a ideia inicial era muito mais focada na varinha do que em um jogo no celular”, teoriza.
Analisando as sugestões daqueles que colaboraram - e também dos que se recusaram a doar - Tokar avaliou que precisava oferecer um produto mais completo. Decidiu vender o próprio carro e contratar uma equipe de designers, engenheiros e outros programadores para aperfeiçoar o jogo.

Hoje, seis meses depois, tem cerca de 11 pessoas trabalhando na produção de Maguss. Algumas são funcionárias e recebem um salário, enquanto outras trabalham por uma parte acionária no jogo.

Ele espera que, dessa vez, com um projeto que considera mais robusto, será capaz de arrecadar o suficiente por meio do financiamento coletivo - e que a febre em torno de Pokémon GO! gere mais alcance e mais oportunidade de negócios para o Maguss.